O Setembro Amarelo é o mês dedicado à prevenção do suicídio. Esse movimento se iniciou no Brasil em 2015 para conscientizar a população sobre a importância de falar sobre o tema para evitar o seu acontecimento. O dia 10 de Setembro é pautado como Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, nessa data, organizações do mundo todo realizam uma série de ações com o intuito de combater esse mau.
Qual a origem do Setembro Amarelo?
O Setembro Amarelo começou em 1994 nos EUA, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio. Mike possuía um carro Mustang 68 amarelo e por conta disso ficou conhecido como “Mustang Mike”. Infelizmente, não foi possível evitar a morte de Mike, pois ninguém percebeu que ele sofria de graves problemas psicológicos.
No dia do velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas. Dentro deles tinha a mensagem “Se você precisar, peça ajuda.”. A iniciativa foi o estopim para um movimento importante de prevenção ao suicídio, pois os cartões chegaram realmente às mãos de pessoas que precisavam de apoio.
Dados sobre o Suicídio no Brasil
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 32 pessoas se suicidam por dia no Brasil, isso significa que aqui, aproximadamente 12 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos, sendo quase 6% da população. Para se ter uma noção da gravidade, o suicídio mata mais brasileiros do que doenças como a AIDS e o câncer.
Se tratando de dados mundiais, cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio todo ano, isso equivale a um suicido a cada 45 segundos. No Brasil, a cada 46 minutos uma pessoa tira a própria vida, no qual o perfil predenominando é de homem, negro, com idade entre 10 e 29 anos, segundo pesquisa de 2020 do Ministério da Saúde.
Principais causas do suicídio
Depressão
A depressão é sem dúvidas a principal causa de suicídio, isso porque eles estão diretamente ligados. Ela faz com que os sentimentos de solidão e tristeza sejam mais intensos, assim como a sensação de que nada tem solução e isso aumenta a probabilidade da pessoa apresentar pensamentos suicidas, como se fosse a única forma para acabar com o sofrimento.
A depressão assola boa parte dos brasileiros, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, apontou que 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais receberam o diagnóstico de depressão. O índice foi maior que o encontrado em 2013 na mesma pesquisa, que foi de 7,6%. De acordo com a PNS, os números de 2019 representam 16,3 milhões de pessoas, com maior prevalência na área urbana (10,7%) do que rural (7,6%).
De acordo com o Psiquiatra do Hospital Santa Clara, Dr. Cláudio Otoni, é muito importante buscar ajuda, mesmo que o próprio paciente ou familiares acham que seja algo leve e passageiro. “Não se pode desqualificar o sentimento do outro, muitas vezes, nem o próprio paciente sabe se entender e se expressar. Por isso, o acompanhamento de um profissional especializado é de extrema importância”, diz o psiquiatra.
Bullying
O bullying acontece quando outras pessoas praticam algum tipo de violência psicológica ou até mesmo física à vítima, sendo esta uma situação comum na infância e na adolescência, embora seja crime. Assim, como consequência do bullying, é possível que a pessoa sinta-se mais angustiada e insegura, o que também aumenta o risco de ter pensamentos suicidas.
Traumas emocionais
Abuso sexual ou maus tratos também são grandes gatilhos para pensamentos de tirar a própria vida. A pessoa pode começar a se sentir encurralada pelos problemas e não consegue lidar com a dor que sente diariamente, o que também favorece os pensamentos suicidas.
É importante destacar que existem outros diversos fatores que contribuem para o suicídio, como o uso de drogas, problemas familiares, diagnostico de doenças, entre outros. Ficar atento a essas causas é de extrema importância para evitar uma fatalidade.
Setembro Amarelo: Como evitar o suicídio
Primeiramente, deve-se entender que depressão é uma doença que precisa ser tratada com profissionais da área. É importante ficar atento aos sinais que podem indicar que a pessoa está pensando em tirar a própria vida. Mudanças repentinas de humor, agressividade, e o uso de frases que possam sugerir o suicídio, devem servir de alerta. Fortalecer o vínculo afetivo com a família, amigos e ter apoio psicológico, pode ajudar a ter relações interpessoais mais felizes e aumentar a percepção de apoio, melhorando assim o bem-estar e a qualidade de vida do jovem.
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Se você estiver com sérios problemas e chegar a considerar o suicídio, pode procurar ajuda entrando em contato com o Centro de Valorização à Vida (CVV).
Esse é um projeto que fornece apoio emocional e prevenção do suicídio através de telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias da semana, eles atendem de forma voluntária e gratuita todos que precisam conversar.
O serviço é totalmente sigiloso.
O site do CVV é www.cvv.org.br
Claudio Pinheiro Otoni
Psiquiatra
CRM: 46183
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