A Campanha Setembro Amarelo é uma iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, com o intuito de reduzir os índices de suicídios no Brasil e dar apoio a pessoas que possuem pensamentos ou desejos suicidas.
Nesse artigo, iremos falar juntamente com a psiquiatra, Dra. Vanessa Marsden, sobre essa campanha e as formas de identificar e ajudar pessoas que estão passando por esse momento tão difícil.
A campanha Setembro Amarelo salva vidas!
Há pouco tempo atrás, não se falava de suicídios ou de problemas psiquiátricos de uma forma eficaz, com o objetivo de ajudar. Problemas psiquiátricos eram tratados como tabu, porém falar sobre esse assunto tem ajudado milhares de brasileiros a procurar ajuda.
Todos os anos, são registrados no Brasil cerca de 12 mil suicídios e destes, 96,8% dos casos estão relacionados a transtorno mentais.
Suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, que pensam em encerrar a própria vida devido a complicações de transtornos mentais dos quais padecem. A exemplo, destacam-se os transtornos de humor, por uso de substâncias psicoativas, esquizofrenia e transtornos de personalidade. Por isso a importância de saber identificar e ajudar pessoas nessa situação.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS uma pessoa se suicida a cada 40 segundos no mundo.
Com o objetivo de informar e levar conhecimento para a população, a ABP e CFM lançou na campanha Setembro Amarelo uma cartilha “Suicídio: Informando para prevenir” que você pode ter acesso clicando aqui
Por que prevenir o suicídio?
Estudos recentes apontam que de 100 pessoas, 17 pensam em suicídio, 5 já planejaram tirar sua própria vida, 3 já colocaram esse plano em ação e 1 conseguiu concluir essa ação.
É possível prevenir o suicídio, porém é necessário que os profissionais de saúde estejam aptos para reconhecer os fatores de riscos e que a população entenda a importância de se informar para saber ajudar quando for necessário.
Como identificar uma pessoa com pensamentos suicidas?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídio podem ser evitados e existem várias formas de identificar pessoas com pensamentos suicidas através de diálogos e convivências:
- Comentários depressivos: Pessoas que estão passando por momentos difíceis e já com algum pensamento em suicídio, costumam fazer alguns comentários depressivos, sem esperança, como se a vida não tivesse nenhum propósito.
- Alterações de humor: Excesso de raiva, sentimento de vingança, irritabilidade, sentimentos intensos de culpa ou vergonha, são algumas alterações de humor que podem ser sinalizações de emoções suicidas.
- Avisos: Se você ouvir frases como “a vida não vale mais a pena”, “que vontade de sumir”, “não quero mais viver”, fique atento. São avisos de que a pessoa está com pensamentos suicidas.
- Mudanças na rotina: Geralmente, as pessoas que estão com pensamentos de encerrar a própria vida, mudam a sua rotina. Elas param de frequentar lugares que gostavam, que se sentiam bem, já não têm ânimo para sair de casa ou só querem ficar dormindo. Todas essas características são sinais de alerta.
De acordo com a psiquiatra, os fatores de risco incluem, ainda:
- Tentativas de suicídio anteriores
- Abuso de álcool ou drogas
- Transtornos mentais, particularmente depressão e outros transtornos de humor
- Acesso a armas
- Conhecer alguém que suicidou, particularmente uma familiar
- Isolamento social
- Doenças crônicas e debilitantes
- Pouco acesso a programas de saúde
“Além disso, alguns fatores podem ser considerados precipitadores e sinais de alerta, como: o término de um relacionamento ou casamento; a morte de um ente querido; prisão; sérios problemas financeiros, etc. Por isso, a família e as pessoas que convivem mais de perto no dia a dia precisam estar sempre alertas para qualquer pessoa que passa por essas situações e, principalmente, apoiar e ajudar”, explica Dra. Vanessa Marsden.
Como ajudar?
Caso alguém próximo a você esteja com alguns indícios de não estar bem, converse com ele, o diálogo é a melhor maneira de entender o que está acontecendo.
Dê conselhos para procurar ajuda psiquiátrica imediatamente e, se possível, acompanhe essa pessoa nas consultas. É muito importante que ela saiba que não está sozinha.
Tenha paciência, escute, não julgue e não exponha nenhum sentimento que faça essa pessoa se sentir culpada ou envergonhada.
“Os sinais de alerta que demonstram a necessidade de uma avaliação médica imediata são: desejo de morrer ou se matar, pesquisar métodos para suicidar e discurso de desesperança e sem razão para viver. Caso verifique essas indícios, ajude a pessoa a procurar ajuda imediatamente”, alerta a psiquiatra.
E se caso você esteja apresentando algum quadro psiquiátrico ou esteja com algum pensamento suicida, procure ajuda de um profissional ou ligue no Centro de Valorização da Vida através do número 188.
A sua vida é muito importante!
Para mais artigos como este, acesse aqui.
Vanessa Fabiane Machado Gomes Marsden
Psiquiatra
CRM: 37343
RQE: 24417
Posts Relacionados
Laços: uma campanha de Outubro Rosa da Rede Mater Dei
Acreditar será sempre a parte mais importante de todo o processo. A luta pelo autocuidado,
Não se esqueça: a Urologia é para todas as pessoas e idades
É esperado que muitas pessoas acreditem que a especialidade da Urologia serve quase que exclusivamente
Setembro Vermelho – O mês para falar sobre a saúde do coração
O mês de setembro tem muitas cores, visando falar de diferentes lados da saúde. O