Quando as pessoas mais velhas começam a esquecer das coisas, muitos pensam: será que é Alzheimer?
O Mal de Alzheimer é uma doença em que o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o seu avanço, pois normalmente vai se agravando com o progredir da demência.
E, embora o esquecimento seja o sinal mais conhecido deste problema, o Alzheimer pode se manifestar através de outros sintomas como: confusão mental, apatia, mudanças de humor ou perda da cognição para realizar tarefas simples.
Ou seja, para se ter o diagnóstico de Alzheimer é recomendado procurar primeiramente um médico especialista.
Além disso, Setembro é o mês do Alzheimer e por isso, conversamos com o Dr. Lauro Figueira Pinto, neurologista do Hospital Santa Clara para esclarecer como saber se a pessoa, seja pai, mãe ou parente possui a doença.
O que é a Doença de Alzheimer?
A doença de Alzheimer é causada pela morte de células cerebrais. Desse modo, ela se apresenta como demência ou perda de funções cognitivas como, memória, orientação, atenção e linguagem.
No Brasil, é estimado que existam cerca de 1,2 milhão de casos, sendo que a maior parte ainda não foi diagnosticada.
Isso porque, em muitos casos, a doença é confundida com o envelhecimento dos idosos devido a idade e assim a suspeita de Alzheimer é descartada quando não há um diagnóstico médico.
Além disso, a doença de Alzheimer não começa apenas quando surgem os sintomas, ela pode começar décadas antes, o que dificulta seu tratamento mais tarde.
“A causa da Doença de Alzheimer ainda é desconhecida e, provavelmente, existem vários fatores que levem a degeneração dos neurônios. Dependendo do estágio da doença e da gravidade dos sintomas a Doença de Alzheimer pode comprometer o funcionamento do indivíduo limitando-o até para fazer as atividades mais básicas como andar, tomar banho, cuidar da própria higiene e alimentar-se. Em geral a evolução é lenta e a sobrevida com a doença é em torno de 10 anos”, explica o neurologista.
Qual a diferença entre Alzheimer e Demência?
“As Demências são declínios cognitivos adquiridos, que duram mais do que 6 meses e que têm intensidade capaz de interferir nas atividades profissionais, sociais e da vida do indivíduo. O declínio deve atingir pelo menos dois domínios da cognição (tais como memória, linguagem, função executiva, praxias, e gnosias) e durar pelo menos 6 meses. A Doença de Alzheimer é a causa mais frequente de Demência, correspondendo por 80% dos casos acima de 65 anos e tem como uma das características principais o início mais tardio a progressão lenta e o comprometimento precoce e pronunciado da memória”, explica Dr. Lauro.
Como ambas compartilham os mesmos sintomas, é comum confundir o Alzheimer com Demência e vice-versa.
Entretanto, a Demência não é considerada uma doença e sim uma síndrome que acomete pessoas que têm Alzheimer, ou seja, seus sintomas e características estão ligados a disfunções do sistema cognitivo, como a capacidade de lembrar, lentidão motora e comprometimento discreto da memória.
Além disso, a Demência muitas vezes é confundida com o envelhecimento natural do ser humano, por isso é necessário um diagnóstico médico que comprove o estado do paciente.
É importante saber que a Demência pode se apresentar de diferentes formas, inclusive na forma degenerativa como nos casos de Alzheimer, corpos de Lewy e o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Sendo assim, a doença de Alzheimer apresenta a forma mais grave de Demência, com perda progressiva de memória e habilidades.
Sinais que você pode observar para um diagnóstico de Alzheimer
Existem alguns sinais importantes que podem ajudar na identificação precoce da doença.
Assim, você deve ficar de olho na:
- Perda de memória: principalmente de acontecimentos mais recentes;
- Dificuldade em executar tarefas do cotidiano: como usar o telefone ou cozinhar;
- Desorientação: ter dificuldades em identificar datas, a estação do ano, o local onde se encontra;
- Problemas de discernimento: como dificuldade em se vestir de acordo com a estação do ano, por exemplo;
- Problemas de linguagem: como esquecimento de palavras simples associado à dificuldade de compreensão da fala e da escrita;
- Repetir conversas ou tarefas: devido ao esquecimento constante;
- Trocar o lugar das coisas: colocar o telefone na geladeira, por exemplo;
- Alteração brusca do humor: sem razão aparente;
- Alteração na personalidade: quando a pessoa apresentar apatia, confusão, agressividade ou desconfiança;
- Perda de iniciativa: como o desinteresse pelas atividades habituais.
- Desconfiança: (esquece onde guardou objetos e diz que foi roubado, pede para ir para casa não reconhecendo que já está nela);
- Alterações de comportamento: desinteresse, isolamento social, comportamento infantil, hipersexualidade, agitação, agressividade
Como é o tratamento?
“Ainda não há cura para a Doença de Alzheimer. A prevenção se faz principalmente mantendo a mente e o corpo ativos e combatendo os fatores de risco cardiovasculares (Sedentarismo, Hipertensão, Diabetes, Obesidade, Tabagismo, uso excessivo de álcool). O Tratamento inclui medidas farmacológicas e não farmacológicas. Os fármacos atualmente aprovados para o Tratamento de Alzheimer no Brasil são medicações que aumentam a quantidade de Acetilcolina no cérebro (Donepezila, Galantamina, Rivastigmina) e o neuroprotetor Memantina. Eles atuam de forma a melhoras os sintomas cognitivos e de comportamento, mas influenciam pouco na evolução da doença. Por vezes é necessário a associação de outras medicações para controle dos sintomas psiquiátricos como depressão, apatia, agitação, desinibição, alucinações. As medicações mais usadas são estabilizadores do humor e neurolépticos”, esclarece o neurologista.
Desse modo, é normal que o indivíduo se torne dependente de outros para realizar tarefas do dia a dia, como comer, escovar os dentes ou tomar banho e, por isso, é importante que haja um cuidador próximo para o auxiliar e evitar que o paciente corra perigos.
Além disso, é feito um tratamento medicamentoso para diminuir os sintomas da doença com Memantina e, é necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva.
Bom, agora que você sabe o que é a doença de Alzheimer e quais sinais deve observar, não deixe de procurar um médico para se ter um diagnóstico correto.
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Veja aqui os dados do Dr. Lauro Figueira Pinto.
Lauro Figueira Pinto
Neorologista
CRM: 45406
RQE: 32107
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