Você conhece os mitos e verdades sobre o Vitiligo?
Hoje é o Dia Mundial do Vitiligo, uma doença que resulta em manchas brancas na pele e que várias pessoas convivem de forma tranquila.
A doença, que não é contagiosa, ainda causa curiosidade e receio em algumas pessoas, o que não é nada legal.
O rei do pop, Michael Jackson foi diagnosticado com a doença em 1983 e conviveu com ela durante sua vida. Muito se fala sobre o seu vitiligo, pois a doença apenas deixa manchas na pele e não transforma toda a sua pele em outra cor.
Por isso, hoje iremos falar sobre os mitos e verdades que rondam a doença. Desse modo, conversamos com a Dra. Camila Laranjo, dermatologista do Hospital Santa Clara que nos explicou bastante coisas!
Confira!
O que é vitiligo?
Vitiligo é a destruição adquirida dos melanócitos (células responsáveis pela formação da melanina, o pigmento que dá cor à pele), resultando em manchas brancas.
“Essa doença causa despigmentação da pele na forma de manchas. O vitiligo ocorre quando as células produtoras de pigmento morrem ou deixam de funcionar”, diz a doutora.
As lesões são geralmente simétricas e bilaterais, e podem evoluir para outras áreas do corpo, principalmente nas áreas de trauma.
Existe uma predisposição genética para ter a doença?
“Existe. Mas, apesar do fator genético, não significa que seja hereditário: há pessoas com vitiligo que não tem parentes portando a doença. Pode haver uma mutação nos genes da própria pessoa, e não obrigatoriamente ela passará isso para as próximas gerações”, esclarece a dermatologista.
Geralmente, esta condição acontece igualmente entre homens e mulheres, sendo que 50% dos casos surge antes mesmo dos 20 anos de idade.
Entretanto, se alguém da sua família teve, pode sim haver uma predisposição, mas nada hereditário, ok!
O vitiligo tem cura?
Infelizmente, não. Mas há tratamentos que podem auxiliar o paciente a conviver com as manchas na pele de forma mais saudável, evitando futuras complicações.
“Raramente ocorre cura definitiva das lesões, pois há áreas que apresentam maior dificuldade de recuperar a pigmentação. Quando o processo afeta mais de 50% do corpo a opção de tratamento pode ser a despigmentação total da pele”, afirma Dra. Camila Laranjo.
O Vitiligo traz complicações para quem é portador?
Há uma maior chance de queimaduras solares, e também o portador pode estar predisposto a ter distúrbios autoimunes, como o lúpus.
Por isso, é sempre necessário fazer acompanhamento com um profissional de dermatologia que você tem confiança e que vai tratar da sua pele com atenção específica, indicando os melhores tratamentos de acordo com sintomas de vitiligo.
“O vitiligo causa apenas manchas por despigmentação cutânea. Mas sempre temos que lembrar da proteção solar no local das manchas de vitiligo pois, por não possuírem proteção da melanina, são mais propensas à queimaduras e cânceres de pele por exposição solar crônica”, explica a dermatologista.
O vitiligo é contagioso?
Não, ao contrário do que muitos acham, o vitiligo não é contagioso e não é causado por estresse. Como dissemos acima, essa condição pode ser desencadeada em quem tem predisposição genética.
Além disso, vale lembrar que a falta de informação sobre o tema é um dos grandes motivadores da discriminação que portadores de vitiligo passam. Ou seja, antes de discriminar, sair de perto ou ter medo, converse com a pessoa e se informe sobre o assunto.
Quais os tratamentos?
Por causa das individualidades de cada paciente, não há uma regra ou um tratamento unificado para todos, mas geralmente o tratamento segue uma dessas duas estratégias que são: deter a progressão da doença ativa, limitar a área envolvida pela despigmentação ou repigmentar as áreas brancas.
Desse modo, o tratamento envolve fotoprotetor, corticóide tópico ou sistêmico, psoralenos, luz ultravioleta e cirurgia.
Ou seja, o tratamento de vitiligo pode ser muito eficaz e ajudam os pacientes a conviverem de forma mais harmoniosa com esta condição.
“Atualmente, existem resultados excelentes nos tratamento da doença, o fato de não se poder falar em cura, não quer dizer que não haja várias opções terapêuticas. O paciente tem que acreditar e buscar ajuda médica. O tratamento visa cessar o aumento das lesões (estabilização do quadro) e também a repigmentação da pele. Existem medicamentos que induzem à repigmentação das regiões afetadas como tacrolimus derivados de vitamina D e corticosteroides. O tratamento do vitiligo é individualizado e deve ser discutido com um dermatologista, conforme as características de cada paciente. Os resultados podem variar consideravelmente entre uma pessoa e outra”, lembra a especialista.
Quem tem vitiligo pode ter câncer de pele?
Sim, pois como a pele é mais sensível, o portador pode sim desenvolver um caso de câncer de pele. Por isso, é importante fazer o acompanhamento com um dermatologista e usar, de forma disciplinar, protetor solar diariamente, em todo o corpo.
Pronto, agora que você sabe as informações básicas sobre o que é o vitiligo e como ele se apresenta nas pessoas, não discrimine alguém por suas alterações nas pele.
Eles são pessoas como todos nós e por isso, também merecem respeito e admiração.
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Camila Laranjo
Dermatologista do Hospital Santa Clara
CRM: 56593
RQE: 35326
One Response
Tenho vitiligo a uns 3 anos. Passei por diversos tratamentos, até restrições de alimentos e bebidas. Hoje, sem usar nada, nenhum tipo de medicamentos, enfim, estou melhorando. Mudei minha rotina e me casei, hoje vivo uma vida bem mais tranquila sem nenhum tratamento. Sempre que eu ia pras sessões com o dermatologista eu ficava muito nervosa e sempre chorava, era um terror. Hoje, estou quase boa com os beijinhos que meu marido dar nas manchinhas toda noite.