Asma: reconhecer e entender!!!
A asma é a doença crônica mais comum da infância. Segundo dados do Ministério da Saúde, a asma é responsável por cerca de 350 mil internações e mais de 2 mil óbitos anualmente, sendo responsável também por 5% a 10% das mortes por causas respiratórias, além de grande demanda de difícil dimensionamento por assistência ambulatorial e de urgência. No ano de 2011 a asma foi a segunda causa de hospitalização na infância no Brasil e a quarta causa de hospitalização no geral.
O Brasil apresenta uma das mais altas prevalências mundiais de asma na infância, variando de 19 a 24,3% dependendo da região do país estudada. A alergia respiratória está presente em até 80% dos pacientes asmáticos e é um dos fatores mais associados aos quadros graves de asma.
Porém, a maior dificuldade encontrada hoje, especialmente na criança refere-se ao diagnóstico do quadro de asma, que é eminentemente clínico. É preciso se pensar na asma como uma doença, que se manifesta de forma recorrente, muitas vezes em crises ou períodos, mas que leva a uma inflamação persistente do pulmão, que com o tempo altera a estrutura pulmonar de troca dos gases, denominado remodelamento. Esse remodelamento é mais importante até os 8 anos de idade, período no qual o pulmão está em desenvolvimento.
Portanto, é preciso que os médicos se familiarizem com os sintomas que são comuns, em especial a tosse e as crises de sibilância, que ao se tornarem recorrentes devem sugerir o diagnóstico e tratamento dos pacientes. Os consensos internacionais estabelecem o tratamento de controle da asma em nível primário de atendimento de saúde como sendo o melhor caminho para promover um alívio da doença em 235 milhões de pessoas ao redor do mundo.
A partir de maio de 2012, tendo em vista os dados alarmantes citados acima, o Ministério da Saúde do Brasil passou a fornecer gratuitamente as medicações beclometasona (50 e 250 mcg) e o salbutamol (100mcg) na rede de farmácias populares para tentar reduzir o número de hospitalizações por asma na infância. Porém, essa medida deve vir acompanhada de um treinamento dos profissionais da área da saúde para o reconhecimento precoce da asma, bem como da utilização adequada da medicação, uma vez que a eficácia é associada a adesão e uso correto dos dispositivos inalatórios.
No quadro abaixo segue os principais pontos para o diagnóstico da asma:
Diagnóstico da Asma:
História
Sintomas respiratórios recorrentes (tosse, sibilos, dispneia e sensação de aperto no peito)
Pioram a noite ou ao amanhecer
Desencadeados por quadros virais, atividade física, choro, riso, cigarros, mudanças de temperatura odores fortes, ácaros, mofo, animais domésticos.
Historia pessoal de alergia (rinite alérgica, dermatite atópica)
História familiar de asma ou doenças atópicas
Exame físico
Normalmente fora das crises é normal, exceto pelos sinais de outras doenças atópicas como a rinite e dermatite atópica.
Sibilos durante as crises
Avaliação da função pulmonar (se possível, maiores de 6 anos, com e sem broncodilatadores)
Avaliação de alergias associadas (lembrar que 80% dos pacientes tem alergia respiratória, porém, 20% não apresentam essa alteração.
Tratamento de prova – em especial nas crianças menores que temos mais dificuldade do diagnóstico.
Fonte: www.ginasthma.org
Devemos sempre estar atentos que tratar a asma não é apenas usar medicamentos para crise, é na verdade um conjunto de orientações para a educação da família em relação a doença, uso de medicamentos para a redução do processo inflamatório pulmonar, bem como o seguimento do paciente, uma vez que se trata de uma doença considerada crônica.
Matéria escrita por: Dr. Gesmar Rodrigues Silva Segundo – Médico Alergologista do Hospital Santa Clara
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