Dia Internacional da luta contra a AIDS: saiba como se proteger dessa doença

1º de dezembro é marcado pelo Dia Internacional da Luta Contra a AIDS. Além disso, durante todo o mês acontece a campanha global do Dezembro Vermelho que tem como objetivo combater o preconceito, a desinformação e o estigma que ainda perduram em torno da AIDS.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, 37.700.000 é o número estimado de pessoas vivendo com HIV em 2020, 680.000 pessoas morreram de causas relacionadas ao HIV em 2020 e 1.500.000 pessoas foram infectadas em 2020.

Ou seja, os números são alarmantes e é preciso informar e conscientizar toda a população a como se prevenir do HIV. Além disso, a campanha do Dezembro Vermelho é uma oportunidade para apoiar as pessoas diagnosticadas com HIV e melhorar a compreensão do vírus como um problema de saúde pública global.

Pensando nisso, para explicar como se prevenir da doença, conversamos com o Dr. Romes Rufino, infectologista do Hospital Santa Clara. Confira!

Como o vírus HIV é transmitido?

Bom, para ter noção de como acontece a infecção do HIV é preciso saber como o vírus é transmitido. E, isso acontece em: transfusões de sangue, contato com esperma, secreção vaginal e leite materno contaminados.

Portanto, o HIV pode ser transmitido no:

• Sexo vaginal, anal ou oral sem camisinha;
• Compartilhamento de seringas contaminadas previamente com sangue infectado;
• Transfusão de sangue contaminado;
• Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
• Instrumentos que furam ou cortam, previamente contaminados, e não esterilizados.

Quais os principais sintomas da AIDS?

Os principais sinais e sintomas da AIDS são:

• Febre persistente;
• Tosse seca prolongada e garganta arranhada;
• Suores noturnos;
• Inchaço dos gânglios linfáticos durante mais de 3 meses;
• Dor de cabeça e dificuldade de concentração;
• Dor nos músculos e nas articulações;
• Cansaço, fadiga e perda de energia;
• Rápida perda de peso;
• Candidíase oral ou genital que não passa;
• Diarreia por mais de 1 mês, náusea e vômitos;
• Manchas avermelhadas e pequenas bolinhas vermelhas ou feridas na pele.

Geralmente esses sintomas aparecem de 8 a 10 anos após a contaminação inicial com HIV. Contudo, eles podem aparecer mais cedo, especialmente se existir alguma condição de agravamento do sistema imune do contaminado.

Como se proteger do HIV?

Para se prevenir da doença é necessário tomar alguns cuidados durantes as relações sexuais e não compartilhar objetos pessoais que cortam ou perfuram e que tem contato com o sangue. Pois, caso o sangue esteja contaminado, a infecção pode acontecer.

Desse modo, para se proteger da AIDS, é necessário:

• Usar preservativo em toda e qualquer relação sexual, pois além de proteger do HIV, a camisinha também evita a transmissão de outras IST ‘s (Infecções Sexualmente Transmissíveis);
• Não compartilhar objetos cortantes/perfurantes de uso pessoal, como aparelhos de barbear, agulhas e alicates de unha, por exemplo.
• Usar luvas e agulhas descartáveis ao ter contato com feridas e líquidos corporais. Ou seja, profissionais de saúde e tatuadores, por exemplo, devem ter esse cuidado frequente.
• Mulheres grávidas portadoras de HIV devem fazer a profilaxia, que consiste em tomar medicamentos antirretrovirais (baixam a carga viral do HIV no sangue) durante a gestação e evitar amamentar os bebês. Além disso, é essencial seguir as recomendações no pré-natal e pós parto, pois há 99% de chance de as crianças não serem contaminadas pelo HIV.
• Toda a população com vida sexual ativa deve realizar o teste do HIV regularmente, pois, o diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso do tratamento com os medicamentos antirretrovirais. Vale lembrar que existem testes que ficam prontos em 30 minutos e o sigilo é um direito do paciente.
• Em caso de ferimentos, relações sexuais desprotegidas ou agressões sexuais, existem os tratamentos profiláticos pós-exposição (PEP), que reduzem os riscos de contaminação pelo HIV. A PEP é considerada uma urgência médica e deve ser iniciada, de preferência, nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas.

O que fazer em caso de suspeita de HIV?

Em caso de suspeita de infecção por HIV devido a algum comportamento de risco, o primeiro passo é ir imediatamente a um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), para que seja feita uma avaliação inicial.

Caso eles seja necessário iniciar a medicação, chamada de PEP, sigla para Profilaxia Pós-Exposição, os médico do CTA vão te ajudar e disponibilizar toda essa medicação composta por um conjunto de medicamentos antirretrovirais que tem como objetivo diminuir a taxa de multiplicação do vírus, prevenindo do desenvolvimento da doença.

Contudo, a PEP deve-se iniciar nas primeiras 72 horas após o comportamento de risco e mantido por 28 dias seguidos.

Agora, se o paciente não sabe ao certo quando foi o comportamento de risco e já se passou as 72 horas, ele deverá procurar um médico ou o sistema público de saúde para realização de exames de sangue. Assim, é possível verificar se a pessoa está realmente infectada.

Pois, como o vírus só pode ser detectado no sangue após cerca de 30 dias do comportamento de risco, é possível que o médico recomende fazer o teste de HIV no momento da consulta, assim como repetir o exame após 1 mês da consulta para verificar se existe infecção ou não.

Portanto, a AIDS não é brincadeira e ela pode ser prevenida com pequenos cuidados. Então, cuide da sua saúde, use camisinha e faça a testagem regular para ter certeza que está tudo bem.

Vale lembrar que, a AIDS não se transmite pelo beijo, compartilhamento de copos e muito menos por apertos de mãos. Além disso, o HIV não infecta apenas pessoas LGBTQIA +, o vírus não escolhe cor e nem gênero, mas ele infecta qualquer pessoa que não se protege.

Ou seja, antes de criar pré-conceitos, informe-se e previna a disseminação desse vírus.

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Veja aqui os dados do Dr. Romes Rufino.

Romes Rufino Vasconcelos
Infectologista
CRM: 31247
RQE: 9199