A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que um em cada oito adultos no mundo é obeso e alerta que essa situação tem sido um dos maiores problemas de saúde pública. Uma das alternativas para reduzir esse quadro é a realização da cirurgia bariátrica. Mas, a opção por esse procedimento nem sempre é a mais adequada e possui altas taxas de reaparecimento da doença. Para esclarecer sobre o tema, conversamos com a cirurgiã do aparelho digestivo Dra. Conceição de Fátima Pinheiro.
Quais são as principais dificuldades encontradas pelos pacientes para manter o peso? Por que isso acontece?
Dra. Conceição: A obesidade é uma doença crônica e, por este motivo, exige um tratamento contínuo, como a hipertensão arterial ou o diabetes. Os pacientes têm muita dificuldade em manter um peso adequado porque não entendem que as mudanças de hábitos devem ser definitivas e não temporárias, como acontece na maioria dos tratamentos para emagrecer.
Em quais casos é recomendada a cirurgia bariátrica?
Dra. Conceição: A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes portadores de obesidade grau II ou III, que tenham alguma doença relacionada à obesidade e que não obtiveram sucesso na perda de peso com o tratamento clínico.
50% das pessoas que realizam bariátrica voltam a engordar. Por que isso acontece?
Dra. Conceição: Segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), 15 a 20% dos pacientes submetidos ao Bypass Gástrico, acompanhados por mais de 5 anos, tiveram recidiva da obesidade, podendo chegar a 35% em pacientes super obesos. No caso da gastrectomia vertical, esses números realmente podem ultrapassar metade dos operados. As principais causas de recidiva do peso são erro alimentar e o sedentarismo.
Quais as principais práticas a serem adotadas para a prevenção da obesidade?
Dra. Conceição: A prevenção da obesidade deve começar dentro de casa. Cabe aos pais ensinar às crianças, desde cedo, hábitos saudáveis como alimentação rica em frutas, folhas e grãos, aliada a uma atividade física regular. Toda criança deve praticar algum tipo de atividade física, de preferência ao ar livre, como caminhar, correr, andar de bicicleta ou nadar pelo menos uma hora por dia.
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