O autismo é disfunção global do desenvolvimento altamente variável que basicamente começa cedo na vida. A maioria dos pacientes começam a desenvolver os sintomas clássicos de autismo e transtornos de espectro do autismo (ASD) com a idade de seis meses, com a maioria dos pacientes que começa a ter mais pronunciado sintomas entre as idades dois e três e progresso até a idade adulta.
O autismo nada mais é do que um tipo de comportamento que se caracteriza por três aspectos fundamentais:
1º – Social – A criança pode ser desde passiva e isolada , até "ativa mas estranha". Ela tem dificuldade em estabelecer relações, interagir, e não compreende as regras sociais
2º – Linguagem e comunicação – dificuldade ou impropriedade na comunicação. A criança pode não olhar nos olhos, não se comunicar nem mesmo por gestos e expressões faciais, ou ainda apresentar postura corporal "estranha". Algumas não tem nenhuma linguagem, e outras são muito falantes mas não sabem manter um diálogo verdadeiro
3º – Variabilidade de comportamento– dificuldade em brincar, "fazer de conta". A criança pode ter rotinas rígidas, rituais
Essa tríade de sintomas – dificuldade de interação social, de comunicação e repetição de comportamentos padronizados – caracteriza um transtorno do desenvolvimento conhecido como autismo.
As dificuldades do autista variam em grau e intensidade e o comprometimento pode ser muito grave, ou tão leve que o portador do transtorno consegue levar uma vida próxima do normal. Apesar de autismo não ter cura, quanto antes for diagnosticado, melhor.
Crianças convenientemente tratadas podem desenvolver habilidades fundamentais para sua reabilitação. Existem várias condições diferentes da causa do autismo pois a cada momento estão sendo descobertos novas possibilidades.
Perceber a diferença no comportamento da criança, depende muito dos olhos de quem está observando. Hoje, se fala muito sobre diagnóstico precoce de autismo. Ami Klin, psiquiatra e neurocientista brasileiro que estuda muito o problema e dirige o centro de pesquisa sobre autismo da Universidade de Yale, defende o diagnóstico em bebês. É obvio que é impossível fechar o diagnóstico de autismo numa criança de seis, oito meses. Não se fecha, mas levanta-se a suspeita, o que permite adotar uma conduta terapêutica até certo ponto corretiva.
Não existe uma conduta mestra no tratamento do autismo, se a criança apresenta prejuízo da comunicação, o atendimento tem de ser precoce e é preciso utilizar todos os métodos disponíveis para estabelecer algum tipo de comunicação. Se não conseguir fazê-lo verbalmente, que seja por qualquer outro modo. Há quem ensine a linguagem de sinais para os autistas. Outros usam o computador. O importante é convencer a família de que o fundamental é estabelecer uma possibilidade de comunicação entre o autista e o mundo, não importa qual seja.
Hoje, os especialistas consideram que a contribuição dos fatores genéticos esteja ao redor de 90%, sobrando para o ambiente apenas 10% da responsabilidade. Autismo é o distúrbio de neurodesenvolvimento em que a herança genética desempenha papel mais importante. Ainda assim, vale lembrar que não está ao alcance da biologia condicionar o destino final, porque o ambiente modifica a expressão dos genes, e deficiências do desenvolvimento podem ser contornadas ou corrigidas com o aprendizado.
Há algum tempo foram descritas anormalidades nos cromossomos responsáveis por 10% a 20% dos casos. Os demais seriam causados por alterações em múltiplos genes, surgidas quando os cromossomos se separam durante o processo de divisão celular.
É importante para a criança receber o diagnóstico correto e é necessário que os pais compreendam este distúrbio, porque só assim eles podem ajudar a criança da maneira que ela precisa. O diagnóstico é ainda importante para que a criança receba o tratamento (médico, educacional e terapêutico) adequado.
A Assessoria de Imprensa do Hospital conversou com a mãe de uma criança autismo para sabermos um pouco mais de como é o dia a dia de uma criança assim.
Abaixo você vai ver um depoimento emocionante que pode te ajudar.
Qual o nome do seu filho e idade?
J.V. Ele tem 6 anos.
Como você descobriu o autismo do seu filho?
Tudo foi das observações do dia a dia do desenvolvimento normal de uma criança, já que tenho outra com o desenvolvimento considerado típico. Percebendo as diferenças de comportamento, habilidades sensoriais, verbais, várias conversas com pediatra sobre a preocupação com o desenvolvimento atípico foi encaminhado a vários profissionais e exames até sabermos que nosso filho está no Espectro Autista.
E como ele está após o diagnóstico?
A cada dia tem-se desenvolvido mais suas habilidades, resultado da sua grande auto estima, da sua sensação de conforto em relação ao seu ambiente físico e da sua capacidade cada vez maior de se expressar. Assim, o aprendizado social e cognitivo está sendo uma consequência de grande conquistas extremamente gratificantes.
Como é ser mãe de uma criança autista?
É uma grande desafio, doação e amor. Disposição incansável, curiosidade, criatividade, paciência, fé, resiliência e diplomacia, mas coragem para transformar nossas maneiras de pensar em pensamentos mais amplos para construção de novos sonhos.
Que tipo de intervenção ele recebeu quando foi diagnosticado?
Terapia neurocognitiva, método flortime e fonoaudióloga.
Como é o seu dia a dia, casa, trabalho, os cuidados com os filhos? Sua adaptação?
Todos os dias preparo o café da manhã, ajudo a minha filha arrumar e ir para a escola, depois sessões de terapia, sempre duas ou mais por dia, chego em casa arruma-o para ir para a escola, levo a outra para suas atividades, busco na escola e levo a mais terapias, volto olho tarefas etc. É um turbilhão, mas é prazeroso por ver tanto ganhos a esses novos desafios de vida. Adaptar-se a isso são escolhas que fiz por acreditar no meu amor incondicional à minha família e que fui uma das escolhidas e abençoadas por ter uma criança especial.
Ele frequenta a escola regular?
Frequenta
Tem apoio na escola?
Tenho a escola como minha parceira, aliada para desenvolver as habilidades e potencialidades do meu filho dentro de suas limitações.
Já passou por alguma situação desconfortável?
Já, mas com paciência, perseverança e acima de tudo respeito, as dificuldades estão sendo superadas.
E como lidar com as dificuldades na escola?
Com paciência e parceria entre família e escola. Sabedoria, humildade e ampliando meus conhecimentos para que possa expandir o aprendizado do meu filho e o meu.
Como é o dia a dia do seu filho? O que ele tem de intervenção hoje?
Agenda cheia. Estimulação por terapias, psicopedagoga, terapia em casa, natação, escola e musicalização.
Conte nos sua experiência positiva como isso, pode ajudar outras mães que estão passando por problemas e dificuldades com filhos autistas?
Primeiramente ler, saber o que é o autismo, causas e consequências;Fazer estimulação das diversas maneiras possíveis (terapias, brincadeiras, passeios, contatos com outras crianças); Procurar grupos de apoio; Ter paciência, perseverança e muito amor.
Quer deixar uma mensagem para outros pais?
Ame incondicionalmente seus filhos. Encare o autismo dele como uma habilidade diferente e não como uma incapacidade. Nunca parem de acreditar, independente de um rótulo. Estimulem sempre seus filhos, pois quanto mais você salientar os pontos fortes e os talentos de seu filho, mais vocês dois passam a acreditar neles. Dê ao seu filho uma noção da sua aceitação sincera, aceitação das fragilidades humanas dele, bem como das suas aptidões e virtudes. Permita que ele cresça e tenha uma vida independente de você. Ame-o pelo o que ele é e verás até onde é capaz de chegar, pois precisamos dar voz aos pensamentos e sentimentos dos nossos filhos, mesmo quando essa voz não é expressa em palavras. Se não fizermos isso, o autismo de nossos filhos será uma série de oportunidades perdidas e talentos jamais descobertos, Essa é a nossa grande motivação.
Abraços fraterno. C.B.
Fonte Texto: drauziovarella.com.br
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