A Sífilis é uma infecção bacteriana (Treponema pallidum), que tem cura e tratamento. Entretanto, a maior parte das pessoas diagnosticadas com essa Infecção Sexualmente Transmissível (IST) não tem conhecimento da doença, podendo transmiti-la aos seus parceiros por meio de relação sexual – anal, vaginal e/ou oral.
Desse modo, no terceiro sábado de outubro é comemorado o Dia Nacional do Combate à Sífilis e a Sífilis Congênita, que é a sífilis que passa da mãe para o feto.
Assim, conversamos com a Dra. Márcia Aires, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Clara para explicar para gente como se prevenir.
“Para evitar que a transmissão vertical sífilis é importante a realização de testes sorológicas periódicos no pré-natal e tratamento adequado da gestante e parceiro sexual. O Ministério da Saúde recomenda que no pré-natal seja realizada a sorologia para sífilis em todas as grávidas na primeira consulta de pré-natal (até 12º semana de gestação), no terceiro trimestre de gestação e no parto, independente das sorologias anteriores. Além disso a testagem para sífilis deve ser realizada em qualquer momento de exposição de risco e violência sexual”, esclarece a doutora.
Quais são os estágios da sífilis?
A sífilis é uma infecção que possui vários estágios que se caracterizam de acordo com a sua infectividade e o tempo de exposição ao organismo.
São eles:
- Sífilis Primária: Apresenta uma erosão ou úlcera no local de entrada da bactéria (pênis, vagina, ânus, boca). Esse estágio pode durar entre duas a seis semanas.
- Sífilis Secundária: Os sinais e sintomas surgem em média entre seis semanas e seis meses após a infecção e duram em média entre quatro e 12 semanas. Podem ocorrer erupções cutâneas, queda de cabelo, febre, mal estar e dor de cabeça.
- Sífilis Latente Precoce: Período em que não se observa nenhum sinal ou sintoma clínico da sífilis, é subdividida em latente recente (menos de um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção, mas o indivíduo continua a transmitir a doença.
- Sífilis Terciária: Ocorre após o não tratamento da doença podendo cursar de dois anos a 40 anos depois do início da infecção. Nesta fase a sífilis acomete o sistema nervoso central causando neurossífilis, problemas cardiovasculares e complicações ósseas.
- Sífilis congênita: Acontece quando a mãe passa a doença para o feto durante a gestação ou no momento do parto. Nos bebês, a sífilis congênita é fatal em 40% dos casos. A doença também pode trazer nascidos com baixo peso, prematuridade e outras deformidades congênitas. Os bebês precisam ser acompanhados de perto desde o nascimento para que possa se fazer o tratamento adequado e descobrir possíveis sequelas que terá no futuro.
Quais as complicações da sífilis congênita?
“A maioria das pessoas com sífilis são assintomáticas; quando apresentam sintomas não percebe ou desvaloriza e, por isso, não procuram tratamento. Isso faz com que a doença evolua para diferentes estágios de acometimento de órgãos e sistemas”, alerta Dra. Márcia Aires.
Transmitida da mãe para o bebê durante a gestação ou no momento do parto, a sífilis congênita pode causar complicações como nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, pneumonia, anemia, malformação e até acometimento cerebral.
Assim, é fundamental que todas as gestantes iniciem o pré-natal logo no início da gravidez e realizem todos os exames necessários. Mesmo que a sífilis seja diagnosticada na mãe, por meio de um tratamento adequado é possível evitar que o bebê nasça com a sífilis congênita.
Para que o tratamento seja realizado adequadamente, tanto as gestantes quanto seus parceiros devem fazer os exames de diagnóstico. Em caso de resultado positivo para a gestante, é fundamental que o parceiro também passe pelo tratamento.
Dessa forma, a reinfecção por sífilis é evitada, e a saúde da mãe e do bebê ficam garantidas.
Uma das principais formas de transmissão da sífilis é a não utilização do preservativo nas relações sexuais. Em alguns casos a infecção é silenciosa e não apresenta sintomas durante anos. Ainda assim, as pessoas infectadas continuam transmitindo a doença.
Veja abaixo os dados de sífilis em gestantes em Minas Gerais de 2018 a 2020.
Lembrando que, o único modo de prevenir a sífilis é o uso de preservativos. Por isso, não tenha relações sexuais sem camisinha.
Agora que você sabe como evitar que a sífilis congênita passe para seu bebê, se proteja e faça o pré-natal.
Veja aqui os dados da Dra. Márcia Aires.
Marcia Aires Rodrigues Freitas
Ginecologia e Obstetrícia
CRM: 37392
RQE: 24688
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