Dia 29 de Setembro é o Dia Mundial do Coração e, segundo dados da Organização Mundial de Saúde – OMS, as doenças cardiovasculares são a causa número um de mortes no mundo.
Alguns fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade, colesterol alto e estresse são determinantes para a ocorrência destas doenças.
Por isso, convidamos o Dr. Rafael Mustafé, cardiologista do Hospital Santa Clara para falar sobre esse mal intimamente relacionado aos nossos tempos: o estresse.
Confira!
Como o estresse prejudica o coração?
O LinkedIn, maior rede social profissional da atualidade, divulgou em 2020 uma pesquisa realizada com duas mil pessoas, indicando que cerca de 62% dos profissionais entrevistados se declaravam mais estressados e/ou ansiosos com a inclusão do trabalho home-office em suas rotinas do que antes do período de isolamento social devido a pandemia de Covid-19.
O estresse pode ocorrer de duas diferentes maneiras: de forma crônica, como a experimentada pelos profissionais acima, com efeitos relacionados ao aumento da pressão arterial a longo prazo e aceleração da frequência cardíaca; e de forma aguda, em episódios de alto estresse, geralmente ligados a eventos traumáticos como o falecimento de um familiar.
O primeiro, pode acarretar aumento dos batimentos cardíacos e o aumento da pressão arterial que pode levar ao AVC.
Já o segundo pode levar à miocardiopatia por estresse ou síndrome de Takotsubo que consiste na liberação de substâncias químicas pelo cérebro que geram efeitos físicos no coração semelhantes a um ataque cardíaco com aumento das “enzimas cardíacas” e enfraquecimento do músculo do coração.
“Todas as pessoas na vida adulta têm que lidar com o estresse. O estresse faz parte da vida e é praticamente impossível eliminá-lo totalmente – ele é inerente às dificuldades humanas e à vida em sociedade. O mais importante é o adequado gerenciamento do estresse – saber canalizar o estresse a seu favor – e se utilizar de ferramentas para reduzir a sua intensidade”, explica o cardiologista.
Como prevenir?
É sempre possível realizar pequenas adequações na rotina a fim de diminuir as chances do desenvolvimento de uma doença cardíaca por implicações dos altos níveis de estresse e também para prevenir complicações em casos de uma crise aguda.
Algumas das formas de prevenção mais recomendadas pelos médicos atualmente são:
- Alimentação saudável: uma alimentação balanceada, com mais vegetais, folhas e legumes e menos gorduras e frituras, fortalece o sistema imunológico e, consequentemente, tornam os indivíduos menos vulneráveis ao estresse e seus efeitos.
- Dormir bem: ter ao menos oito horas de sono por dia ajuda no enfrentamento ao estresse, aumentando a qualidade de vida, disposição a sensação de bem-estar e diminuindo o cansaço.
- Exercitar o corpo: 30 minutos de atividades físicas por pelo menos 3 dias na semana melhoram a disposição e também ajudam nas situações de estresse, elevando a qualidade de vida e causando sensação de bem-estar, podendo ainda, ajudar na melhoria do sono e na diminuição da ansiedade.
- Exercitar a mente: 30 minutos de prática de ioga e/ou meditação também aliviam o estresse, ajudando no relaxamento através de exercícios corporais e de respiração que trazem sensação de bem-estar e tranquilidade.
“De todas as ferramentas para aliviar o estresse, uma das mais importantes é a atividade física regular – ela produz endorfinas no médio e longo prazo, promovendo alívio das tensões musculares e sensação de bem estar. Outras atividades que podem aliviar o estresse: ouvir uma música relaxante, assistir a um filme divertido, sair para jantar com amigos e familiares. Às vezes não é tão simples este gerenciamento e pode ser necessário procurar um profissional, como um médico ou psicólogo para um melhor controle, bem como para avaliar se há doenças associadas como depressão e ansiedade que precisam de diagnóstico e tratamento adequados. Algumas pessoas gerenciam o seu estresse de forma inadequada, como por exemplo: consumindo tabaco ou álcool em excesso ou “descontando na comida” – com abusos alimentares. Isso produz um bem estar imediato, mas no longo prazo pode levar a problemas sérios de saúde como obesidade, alcoolismo e os problemas pulmonares”, alerta Dr. Rafael.
Portanto, a prevenção é sempre o melhor remédio, mas lembre-se sempre: ao menor sinal de estresse, procure um médico cardiologista para o desenvolvimento de um tratamento adequado para o seu caso.
Veja aqui os dados do Dr. Rafael Mustafé.
Rafael Macedo Mustafé
Cardiologia
CRM: 54055
RQE: 40160 / 40554
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